terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Saudade

 
Ela chega, senta do meu lado, puxa conversa, brinca comigo, ri dos meus problemas tolos, diz tanta coisa no seu silêncio. Me faz entrar no meu caro corcel, coloca um cd para tocar no som, me convida para ir ao cinema, e eu sem saber o que fazer aceito meio que cambaleando o convite que ela me faz.
Assisto a um filme sem graça, pois meu humor é insuficiente para a ocasião. No meio do filme fujo como se fosse escapar de ser preso, ou como se estivesse a beira de casar com uma, amando outra. E ela não desgruda um minuto sequer. Dentro do carro, dirijo como se estivesse em fuga, como se tivesse cometido um crime e bem que eu queria. Queria jogá-la para fora do carro em movimento.
           Quando estou com os amigos ela me abandona. Santos amigos! Mas, basta eu me encontrar só que ela não conta conversa e vem. Vem e diz que quer ficar comigo, que quer passar a noite ao meu lado. Eu sem companhia me agarro a ela. Ela promete que estará sempre perto, eu queria que ela me jurasse distância, mas ela fala que é impossível.
           Ao acordar, não a encontro ao meu lado, minha mãe me grita, meu pai briga. Dizem que homem tem que acordar cedo. Ela consegue acordar mais cedo do que eu. O dia começa cedo e termina bem tarde e ela não sai do meu pensamento.

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