segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os Passistas

Vem,
Eu vou pousar a mão no teu quadril
Multiplicar-te os pés por muitos mil
Fita o céu,
Roda:
A dor
Define nossa vida toda
Mas estes passos lançam moda
E dirão ao mundo por onde ir.
Ás vezes tu te voltas para mim
Na dança, sem te dares conta enfim
Que também
Amas
Mas, ah!
Somos apenas dois mulatos
Fazendo poses nos retratos
Que a luz da vida imprimiu de nós.

Se desbotássemos, outros revelar-nos-íamos no Carnaval.
Roubemo-nos ao deus Tempo e nos demos de graça "a beleza total, vem.

Nós,
Cartão Postal com touros em Madri,
O Corcovado e o Redentor daqui,
Salvador,
Roma
Amor,
Onde quer que estejamos juntos
Multiplicar-se-ão assuntos de mãos e pés
E desvãos do ser.

Caetano Veloso
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domingo, 28 de novembro de 2010

Adeus você

Adeus você.
Não venha mais me negacear.
Teu choro não me faz desistir, teu riso não me faz reclinar.
Acalma essa tormenta e te agüenta, que eu vou pro meu lugar.

É bom, às vezes, se perder sem ter porque, sem ter razão.
É UM DOM SABER ENVAIDECER, POR SI, SABER MUDAR DE TOM. Quero não saber de cor, também...

Para que minha vida siga adiante.
Para que minha vida siga adiante.
Para que minha vida siga adiante.
Para que minha vida siga adiante.

LOS HERMANOS


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sábado, 27 de novembro de 2010

“Acho que a gente é que é feliz...”

Nesta cidade entre rios,
As ruas viram leitos
De corações adormecidos
E olhares tão vermelhos.

A vagar por entre as praças,
A correr sempre e demais,
Suas vidas pouco importam,
Só o trabalho e nada mais.

Quando em casa se encontram,
Parecem mais estar na rua,
Sem paredes, sem cômodos
Numa pobreza assustadora e crua.

A humilhação, a fome, a frustração
São mais vivas neles que a própria vida
Que se arrasta lentamente.
Vida sempre esquecida.

Acho que a gente é que é feliz...

....

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ANTES DE LER, COLOQUE A MÚSICA PARA EXECUTAR


Todo carnaval tem seu fim
A banda no clube toca suas músicas preferidas e Ele, no entanto, está do lado de fora, esperando como de costume. Ele havia feito diferente. Para àquela noite haveria preparado algo especial para encantá-la, aprendera uma música que com muita coragem ousaria tocar, para o deleite de sua amada. A banda continua a tocar no clube e Ele ainda espera, espera e espera. Olha avidamente para todos os cantos e recantos da praça, na vontade de que seu olhar anuncie a chegada tão esperada, para que, em vez de trombetas, os solos de guitarras que a poucas conquistam, começam a tocar dentro de si.
Para essa noite nem se deu o trabalho de colocar o relógio, não queria ver o tempo passar, nem se preocupar com o horário do ônibus. Tudo estava tão claro em sua cabeça, tudo estava tão milimetricamente exato em seu pensamento. Não eram pensamentos embebidos da paixão causada no primeiro encontro, nem das decepções contidas no terceiro. Parecia que nele havia se realizado um encontro único: o dele consigo mesmo! Era algo tão consistente, que alcançava os mais próximos, causando admiração e espanto.
Combinaram de se encontrar ali, naquele exato local, para comemorar sabe-se lá o que. Era apenas um pretexto para que cometessem, mais uma vez, o pecado de amar. As conversas sempre foram indecisas, as propostas esdrúxulas, excêntricas. Não existiam promessas, apenas a vontade de estar próximo. Uma busca inexplicável de um bem estar indescritível.
Quando, de repente, Ele escuta a banda executar a música que, de forma tão delicada, havia ele preparado para embalar a noite dos amantes, noite que tinha imaginado tantas vezes quando ensaiava em casa, de frente para o espelho. Era a última musica a ser tocada naquela noite. A banda já se despedia. As pessoas já procuravam os destinos incertos oferecidos pela madrugada. Ele estava incrédulo.
“E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? E agora, você? Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? E agora, José? [...] o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou, e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?”
Ele então, voltou para casa, pegou seu instrumento e foi para frente do espelho, ensaiar mais uma vez, na ilusão de que seus olhos projetassem o que não saia do seu pensamento.

Lá Dó em Mi Sol

Fica aqui comigo,
Encosta no meu corpo.
Quero te mostrar a melodia que criei,
Quero desafinar meus sentimentos,
Harmonizar as notas no esquecimento.

Deixa que eu faça ecoar em ti
Os sons aqui sepultados
Tudo tão fora do ritmo,
Com andamentos alterados,
Em passos descompassados.

Quero que fiques assim comigo
Até que eu perca a voz,
Até que meus dedos exauridos,
Não mais consigam te comprimir,
Até que nota alguma ouse ressoar.

Fica comigo até que o sono chegue,
Para que, cansado, eu não possa sonhar.
Para quem sabe assim, na madrugada,
Eu não acorde num despertar insano
E não te faça, pois, refém da minha dor.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Senta aqui
que hoje eu quero te falar
não tem mistério não
é só teu coração
que não te deixa amar
você precisa reagir
não se entregar assim
como quem nada quer

Los Hermanos - Tá bom

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Scrivimi


Renato Russo

Scrivimi
quando il vento avrà spogliato gli alberi
Gli altri sono andati al cinema
ma tu vuoi restare sola
Poca voglia di parlare
allora scrivimi
Servirà a sentirti meno fragile
quando nella gente troverai
solamente indifferenza
tu non ti dimenticare mai di me
E se non avrai da dire
niente di particolare
non ti devi preoccupare
io saprò capire
A me basta di sapere
che mi pensi anche un minuto
perché io so accontentarmi
anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
per sentirsi più vicini
Scrivimi
quando il cielo sembrerà più limpido
Le giornate ormai si allungano
Ma tu non aspettar la sera
se hai voglia di cantare...
Scrivimi
anche quando penserai che ti sei innamorata
Tu scrivimi

Dreamer


Dreamer, you know you are a dreamer
well, can you put your hands in your head, oh no!
I said dreamer, you´re nothing but a dreamer
well, can you put your hands in your head oh no!

I said: far out, what a day, a year, a life it is
you know well you know you had it coming to you
now there´s not a lot i can do

dreamer, you stupid little dreamer
so now you put your head in your hands, oh no!

I said: far out, what a day, a year, a life it is!
You know well you know you had it coming to you
now there´s not a lot i can do

if i could see something
you can see anything you want boy
if i could be someone
you can be anyone celebrate boy
if i could do something
well you can do something
if i could do anything
well, can you do something out of this world

take a dream on sunday
take a life, take a holiday
take a life, take a dreamer

dream, dream, dream, dream, dream along

dreamer, you know you are a dreamer
well, can you put your hands in your head oh no!
I said dreamer, you´re nothing but a dreamer
well, can you put your hands in your head
oh no! Oh no!