sábado, 11 de fevereiro de 2012

assim como um rio

É bonito ver como um rio nasce,
ver de onde ele brota.
De um pequeno buraco no chão,
que jorra ao longo do tempo,
cria-se uma imensidão de água
que corre por vários lugares,
transpondo barreiras, criando seu caminho.
Alguns sentimentos são assim...
nascem de coisas simples como um afago,
um carinho revelado nas palavras,
um olhar sincero e companheiro...
E, assim como um rio,
desembocam em um mar imenso
e nesse ponto não se pode mais ter limites:
deve-se apenas apreciar a infinidade que ali existe.
Mas, existem também rios que nascem com as chuvas
e que não brotam de um pequeno buraco no chão.
Esses, por sua vez, vão-se com o tempo.
Alguns ficam presos em pequenos lagos
enquanto outros nos conduzem a algo maior,
e acabam por desaguar em rios perenes
reforçando o coro das águas.
É preciso velejar por estas águas com paciência.
Só assim poderemos apreciar a infinidade
quando com ela nos depararmos...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Palavras



Sonhei com elas esta noite,
Não saem da minha imaginação,
Não me deixam pegar no sono,
Nem ao menos trabalhar em outra questão.
Sonhei acordado por toda a noite
Pareciam ter vida própria em mim.
Remexiam-me na cama ou na rede
Criando um mundo de questões sem fim.
Sinto-as latentes em meu peito
Preciso inventá-las, dar-lhes vida!
Não tenho tempo a perder.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como se chovesse


Gota por gota a chuva cai.
Molha o passeio da praça
e rega as árvores com seus pingos,
transformando-se em vida!
E eu observava tudo de minha janela.

Meu amor, que estava no quarto,
ouviu o barulho da chuva e pois se a correr
até a porta da frente, para também ver.
Então, abriu a porta, permitiu que o vento
lhe conquistasse, deixando-se levar lentamente,

Como se estivesse anestesiada, submersa.
Agora a chuva molha delicadamente meu amor,
vejo os pingos se unindo para envolvê-la,
apossando-se de cada parte, de cada curva dela.
Agora a chuva molha delicadamente meu amor,
e enche de vida os meus olhos.

domingo, 1 de maio de 2011

Diga Lá Coração

São coisas dessa vida tão cigana
Caminhos como as linhas dessa mão
Vontade de chegar e olha eu chegando
E vem esta cigarra no meu peito
Já querendo ir cantar noutro lugar
Diga lá, meu coração da alegria de rever essa menina
E abraçá-la, e beijá-la
Diga lá, meu coração, conte as histórias das pessoas
Nas estradas dessa vida
Chore essa saudade estrangulada
Fale sem você não há mais nada
Olhe bem nos olhos da morena
E veja lá no fundo a luz daquela primavera
Durma qual criança no seu colo
Sinta o cheiro forte do teu solo
Passe a mão nos seus cabelos negros
Diga um verso bem bonito e de novo, vá embora
Diga lá, meu coração
Que ela está dentro em meu peito e bem guardada
E que é preciso mais que nunca prosseguir
Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você, morena
Faz a saudade me apressar 


domingo, 10 de abril de 2011

Sete Cidades

Já me acostumei com a tua voz
Com teu rosto e teu olhar.
Me partiu em dois
E procuro agora o que é minha metade.

Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu.

Meu coração é tão tosco e tão pobre,
Não sabe ainda os caminhos do mundo.

Quando não estás aqui
Tenho medo de mim mesmo
E sinto falta do teu corpo junto ao meu.

Vem depressa pra mim
Que eu não sei esperar
Já fizemos promessas demais
E já me acostumei com a tua voz
Quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe.

Legião Urbana

segunda-feira, 4 de abril de 2011

quando bebo da água renovada que brota de teus olhos
não sinto o sal entranhado em sua substância,
sinto apenas a quentura que nasce do teu corpo
e nela construo minha casa, meu lar.

tiro meus sapatos e deito em tua cama,
confortado pelo calor que do teu corpo surge.
algo de imenso cresce em meu peito e sinto
cada vez mais perto de mim teu amplo amor

por coisas sem explicação e pessoas loucas.
tua sina: amar o perdido. o esquecido.
parece ser mais vivo sofrer, parece ser mais quente
se deixar estar e se deixar levar, assim tão imprudentemente.

te dou a chave do meu mundo para que faças tua casa
em mim, no meu peito ainda fraco de menino.
te dou meus mais longos olhares, minha mão mais suave,
pela quentura de uma lágrima tua caindo em minha face.

Shenna Luissa

quinta-feira, 24 de março de 2011

Penélope


Quem me dera estar à deriva
E tê-la como Penélope a me esperar,
Navegaria eu o quanto preciso fosse
Só para ter a ventura de viver em teus braços.

Quem me dera ter herdado a admirável astúcia
De um herói tão singular, porém acredito
Ter herdado a sensibilidade, que me leva
Aos prantos no momento de tua ausência.

Quem me dera fazer-te crer que para meu amor
Não existem feiticeiras, sereias, deusas ou ninfas
Que me façam desistir ou tropeçar no caminho
Que conduz até o teu colo tão harmonioso.

Meu júbilo seria sem igual ao retornar de minha
Odisseia diária e poder tê-la em meus aposentos de plebeu.