sábado, 27 de novembro de 2010

“Acho que a gente é que é feliz...”

Nesta cidade entre rios,
As ruas viram leitos
De corações adormecidos
E olhares tão vermelhos.

A vagar por entre as praças,
A correr sempre e demais,
Suas vidas pouco importam,
Só o trabalho e nada mais.

Quando em casa se encontram,
Parecem mais estar na rua,
Sem paredes, sem cômodos
Numa pobreza assustadora e crua.

A humilhação, a fome, a frustração
São mais vivas neles que a própria vida
Que se arrasta lentamente.
Vida sempre esquecida.

Acho que a gente é que é feliz...

....

Um comentário:

Shenna Rocha disse...

por que esse mundo injusto não deixa todos sentirem felicidade?
"acho que a gente é que é feliz" me traz um privilégio muito doloroso...

Bjs!